Meu caro Senhor Luiz António Sacconi.
Permita-me que o felicite pela sua excelente obra denominada “Novíssima
Gramática Ilustrada Sacconi”.
No entanto tenho alguns reparos a fazer, porque o Senhor desconhece que
a língua portuguesa é uma língua viva, embora tenha raízes numa língua morta (o
latim). Como em todas as línguas existem regionalismos, que são aceites e
compreendidos.
Acho que existe um certo antagonismo da sua parte sobre o português que
se fala em
Portugal. Lembre-se que, antes do Brasil existir como nação,
já existia a língua portuguesa.
Não vou dizer que país ganhou ou perdeu com o Acordo Ortográfico. Mas
digo-lhe que, sem sombra de dúvida, a vencedora absoluta (passe o pleonasmo),
foi a Língua Portuguesa.
A introdução das letras “k”, “w” e “y”, no alfabeto português, foi
imposta pelos países africanos de expressão portuguesa e eu concordo plenamente
com isso.
Quanto ao turista brasileiro que nunca irá a “Estugárdia”, porque se
sente melhor em “Stuttgart”, sempre lhe digo que nunca ouvi falar, nem vi
escrito, tal nome, porque em Portugal se aportuguesou para “Estugarda”.
Por esta ordem de ideias, fiquei também a saber que o turista
brasileiro, prefere ir a “London” e não a “Londres”. Gostos não se discutem!
Quiuí é fruta desconhecida em Portugal. Só conhecemos o “kiwi”, embora nos
tenhamos habituado a dizer “kivi”.
Agora, isso sim, tenho visto brasileiros a dirigir automóveis
“Esmarte”, quando o fabricante os batizou de “Smart”. Tenho visto brasileiros a
dizerem “picina”, quando deveriam dizer “piscina”. E dizem “estande”, em vez de
“stand” E que mal tem isso, se, como dizia Fernando Pessoa, “ em português nos
entendemos” ?
Sabe quem foi Fernando Pessoa? Conhece algum heterónimo dele?
Caro Senhor Luiz Sacconi, já ouviu uma conversa entre em escocês e um
inglês? Fazem todos parte da mesma nação, por
incrível que pareça! E entre um “basco”, um “galego”, um “ castelhano” e
um “catalão”? Aí a “coisa” complica-se bastante! No entanto, são espanhóis!
Temos muita sorte de termos, em comum, a língua que nos foi deixada
pelos nossos antepassados, pois são as diferenças, que nos unem.
Acho esquisito que, para auto-elogiar-se, tenha que denegrir o povo
português, que não conhece, pois pelos vistos nunca esteve em Portugal e, se
calhar, nem sabe onde fica!
Fernando J
Fernando J
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