domingo, 1 de maio de 2011

Dissertação sobre a vida de CAMÕES

Pouco se conhece sobre a infância de Camões. Sabe-se, apenas, que nasceu em 1524, em Lisboa ou Coimbra e era filho de Dona Ana de Macedo e de um fidalgo arruinado, Simão Vaz de Camões, que sobrepõe à vida familiar a ânsia de fazer fortuna. Assim, parte para as Índias em busca de riquezas e morre em Goa.
A mãe casa novamente e Camões é educado por seu tio D. Bento de Camões.
Alguns historiadores põem em dúvida a sua passagem pela Universidade de Coimbra, onde o tio era administrador, mas são todos unânimes em afirmar que só um homem de grande saber e cultura e com um estudo aprofundado dos fatos, poderia escrever uma obra tão monumental como os Lusíadas, o poema glorificador dos feitos portugueses.
Como todos os poetas da época, Camões é um boêmio e entra nas mais diversas rixas pelas ruas da cidade, sempre por causa de mulheres.
Frequenta o “Malcozinhado”, bordel de má fama das noites lisboetas e vive uma vida de devassidão.
Foi preso por diversas vezes e solto por intervenção dos seus amigos, que lhe pagavam as multas.
Apaixona-se por Dona Catarina de Ataíde, dama da rainha e enamora-se da Infanta D. Maria, irmã do Rei D.João III.
Vive de escrever rimas amorosas, que lhe são encomendadas pelos seus amigos.
Arruaceiro e com mau feitio, dão-lhe a alcunha de “Trinca-Fortes” e é exilado para o Ribatejo, província portuguesa.
Alista-se nas milícias e é enviado para Ceuta, no norte de África, para combater os mouros, onde perde o olho direito num combate.
Parte para o oriente e naufraga nos mares da China, salvando-se, sem abandonar o manuscrito dos Lusíadas. No entanto perde no naufrágio a sua amada chinesa Dinamenes, que ele considera “aquela cativa que me tem cativo”
Em Macau descobre uma pequena gruta que lhe serve de refúgio e onde escreveu grande parte dos Lusíadas.
Já em Goa pede dinheiro a toda a gente, não paga e vai parar à cadeia. Faz-se amigo de diversas figuras importantes.
Depois de diversas vicissitudes, passando fome, Camões dá continuidade aos seus Lusíadas e volta para Lisboa, onde vai viver com a sua mãe, no bairro da Mouraria.
Nessa altura, Camões tem só um objetivo: publicar os Lusíadas, o que vem a acontecer em 1572.
Era rei de Portugal D. Sebastião, rei-menino, pois foi coroado com 3 anos que, com o ardor da sua juventude, logo que atingiu a maioridade, decidiu combater os infiéis onde quer que fosse, mesmo com a oposição dos seus conselheiros.
Escolheu, para isso, Alcácer-Quibir, no norte de África, onde o exército português foi desbaratado pelos mouros, tendo ele desaparecido em combate.
Camões, antevendo o desenrolar dos acontecimentos e já doente, atacado pela peste, vendo a independência nacional ameaçada, pois D. Sebastião não tinha herdeiros, pronunciou a seguinte frase: “Enfim, acabarei a vida e verão todos que fui tão afeiçoado à minha Pátria, que não só me contentei em morrer nela, mas com ela”
De fato, Camões tinha razão. Sem herdeiros para sucederem a D. Sebastião, Portugal foi anexado à Espanha, por Filipe II, que se julgou com direito ao trono de Portugal.
Nos Lusíadas, Camões faz referência ao Gigante Adamastor, figura mitológica criada por ele, para significar todos os perigos, naufrágios e perdições de caravelas, que impunham medo aos navegadores que se atrevessem a passar para além do Cabo Bojador, na costa ocidental africana. Inventou também uma amada para o gigante, chamada Tétis, cuja perda o transformou no monstro que era.
Inspirou-se nas Tágides do Tejo, ninfas que o ajudaram a compor a sua obra prima.
Os Lusíadas são o canto triunfal da raça portuguesa. No seu esforço magnífico de espalhar a Fé e o Império pelas paragens mais afastadas da Terra. Tomando como figura central a pessoa de Vasco da Gama, descrevem em estrofes cristalinas o ciclo maravilhoso dos Descobrimentos, celebram a grandeza de feitos heróicos, lembram as tradições populares, retratam os vultos representativos da História de Portugal.
Símbolo da Nação que se projetava para além dos mares, os Lusíadas são, ao mesmo tempo, o poema da expansão da raça portuguesa. Por isso, fazem parte do patrimônio espiritual da Humanidade, sem deixarem de ser o espelho vivo das qualidades do povo português.
Além dos Lusíadas, Luis de Camões escreveu outras obras, entre as quais “Auto de Filodemo”, “Auto d’El-Rei Seleuco” e ” Auto dos Anfitriões”.

Fernando J