If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you,
If you can trust yourself when all men doubt you
But make allowance for their doubting too,
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don't deal in lies,
Or being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise:
If you can dream--and not make dreams your master,
If you can think--and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two impostors just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build 'em up with worn-out tools:
If you can make one heap of all your winnings
And risk it all on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breath a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on!"
If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings--nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much,
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run,
Yours is the Earth and everything that's in it,
And--which is more--you'll be a Man, my son!
Rudyard Kipling
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Se
Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.
Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.
Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.
De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.
Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!
Rudyard Kipling
Tradução de Guilherme de Almeida
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.
Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.
Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.
De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.
Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!
Rudyard Kipling
Tradução de Guilherme de Almeida
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Dissertando
Era uma vez uma criança a quem disseram que a vida era um arco-iris e que no fim desse arco -iris existia, não um pote com moedas de ouro, mas a FELICIDADE.
A criança lutou com todas as suas forças para atingir esse objetivo. Caiu, levantou-se, tornou a cair e a levantar-se, curou as feridas que foram aparecendo, subiu montanhas, atravessou pontes, cruzou lagos, rios e até oceanos, uniu continentes, sempre com a intenção de chegar ao fim do seu arco-iris e encontrar a tão almejada FELICIDADE.
Os anos foram passando, a criança foi crescendo, atingiu a velhice até que chegou ao fim da sua caminhada ... mas não encontrou a FELICIDADE.
Em seu lugar estava a EXPERIÊNCIA, que lhe disse que a FELICIDADE se tinha ausentado.
Para compensar a sua persistência, a EXPERIÊNCIA deu-lhe alguns conselhos:
-Que, entre NÃO e SIM, não utilizasse a palavra TALVEZ; que tirasse do seu dicionário o advérbio de negação NUNCA, uma vez que não tinha qualquer significado pois estava sempre a ser ultrapassado pelas constantes alterações; que pensasse sempre com a própria cabeça e não com a cabeça dos outros; que devia pedir conselhos a pessoas em quem confiasse, sem nunca cortar a raiz das suas convicções e dos seus pensamentos; que seguisse sempre o seu caminho com honestidade e compreensão dos problemas alheios.
Tendo dito isto, a EXPERIÊNCIA afastou-se, julgando ter cumprido a sua missão, mas a FELICIDADE não voltou.
E a criança, já velha, ficou a pensar: Afinal a FELICIDADE tinha vestido a capa da EXPERIÊNCIA?!
E continuou a pensar ... a pensar.
Fernando J
A criança lutou com todas as suas forças para atingir esse objetivo. Caiu, levantou-se, tornou a cair e a levantar-se, curou as feridas que foram aparecendo, subiu montanhas, atravessou pontes, cruzou lagos, rios e até oceanos, uniu continentes, sempre com a intenção de chegar ao fim do seu arco-iris e encontrar a tão almejada FELICIDADE.
Os anos foram passando, a criança foi crescendo, atingiu a velhice até que chegou ao fim da sua caminhada ... mas não encontrou a FELICIDADE.
Em seu lugar estava a EXPERIÊNCIA, que lhe disse que a FELICIDADE se tinha ausentado.
Para compensar a sua persistência, a EXPERIÊNCIA deu-lhe alguns conselhos:
-Que, entre NÃO e SIM, não utilizasse a palavra TALVEZ; que tirasse do seu dicionário o advérbio de negação NUNCA, uma vez que não tinha qualquer significado pois estava sempre a ser ultrapassado pelas constantes alterações; que pensasse sempre com a própria cabeça e não com a cabeça dos outros; que devia pedir conselhos a pessoas em quem confiasse, sem nunca cortar a raiz das suas convicções e dos seus pensamentos; que seguisse sempre o seu caminho com honestidade e compreensão dos problemas alheios.
Tendo dito isto, a EXPERIÊNCIA afastou-se, julgando ter cumprido a sua missão, mas a FELICIDADE não voltou.
E a criança, já velha, ficou a pensar: Afinal a FELICIDADE tinha vestido a capa da EXPERIÊNCIA?!
E continuou a pensar ... a pensar.
Fernando J
domingo, 1 de maio de 2011
Dissertação sobre a vida de CAMÕES
Pouco se conhece sobre a infância de Camões. Sabe-se, apenas, que nasceu em 1524, em Lisboa ou Coimbra e era filho de Dona Ana de Macedo e de um fidalgo arruinado, Simão Vaz de Camões, que sobrepõe à vida familiar a ânsia de fazer fortuna. Assim, parte para as Índias em busca de riquezas e morre em Goa.
A mãe casa novamente e Camões é educado por seu tio D. Bento de Camões.
Alguns historiadores põem em dúvida a sua passagem pela Universidade de Coimbra, onde o tio era administrador, mas são todos unânimes em afirmar que só um homem de grande saber e cultura e com um estudo aprofundado dos fatos, poderia escrever uma obra tão monumental como os Lusíadas, o poema glorificador dos feitos portugueses.
Como todos os poetas da época, Camões é um boêmio e entra nas mais diversas rixas pelas ruas da cidade, sempre por causa de mulheres.
Frequenta o “Malcozinhado”, bordel de má fama das noites lisboetas e vive uma vida de devassidão.
Foi preso por diversas vezes e solto por intervenção dos seus amigos, que lhe pagavam as multas.
Apaixona-se por Dona Catarina de Ataíde, dama da rainha e enamora-se da Infanta D. Maria, irmã do Rei D.João III.
Vive de escrever rimas amorosas, que lhe são encomendadas pelos seus amigos.
Arruaceiro e com mau feitio, dão-lhe a alcunha de “Trinca-Fortes” e é exilado para o Ribatejo, província portuguesa.
Alista-se nas milícias e é enviado para Ceuta, no norte de África, para combater os mouros, onde perde o olho direito num combate.
Parte para o oriente e naufraga nos mares da China, salvando-se, sem abandonar o manuscrito dos Lusíadas. No entanto perde no naufrágio a sua amada chinesa Dinamenes, que ele considera “aquela cativa que me tem cativo”
Em Macau descobre uma pequena gruta que lhe serve de refúgio e onde escreveu grande parte dos Lusíadas.
Já em Goa pede dinheiro a toda a gente, não paga e vai parar à cadeia. Faz-se amigo de diversas figuras importantes.
Depois de diversas vicissitudes, passando fome, Camões dá continuidade aos seus Lusíadas e volta para Lisboa, onde vai viver com a sua mãe, no bairro da Mouraria.
Nessa altura, Camões tem só um objetivo: publicar os Lusíadas, o que vem a acontecer em 1572.
Era rei de Portugal D. Sebastião, rei-menino, pois foi coroado com 3 anos que, com o ardor da sua juventude, logo que atingiu a maioridade, decidiu combater os infiéis onde quer que fosse, mesmo com a oposição dos seus conselheiros.
Escolheu, para isso, Alcácer-Quibir, no norte de África, onde o exército português foi desbaratado pelos mouros, tendo ele desaparecido em combate.
Camões, antevendo o desenrolar dos acontecimentos e já doente, atacado pela peste, vendo a independência nacional ameaçada, pois D. Sebastião não tinha herdeiros, pronunciou a seguinte frase: “Enfim, acabarei a vida e verão todos que fui tão afeiçoado à minha Pátria, que não só me contentei em morrer nela, mas com ela”
De fato, Camões tinha razão. Sem herdeiros para sucederem a D. Sebastião, Portugal foi anexado à Espanha, por Filipe II, que se julgou com direito ao trono de Portugal.
Nos Lusíadas, Camões faz referência ao Gigante Adamastor, figura mitológica criada por ele, para significar todos os perigos, naufrágios e perdições de caravelas, que impunham medo aos navegadores que se atrevessem a passar para além do Cabo Bojador, na costa ocidental africana. Inventou também uma amada para o gigante, chamada Tétis, cuja perda o transformou no monstro que era.
Inspirou-se nas Tágides do Tejo, ninfas que o ajudaram a compor a sua obra prima.
Os Lusíadas são o canto triunfal da raça portuguesa. No seu esforço magnífico de espalhar a Fé e o Império pelas paragens mais afastadas da Terra. Tomando como figura central a pessoa de Vasco da Gama, descrevem em estrofes cristalinas o ciclo maravilhoso dos Descobrimentos, celebram a grandeza de feitos heróicos, lembram as tradições populares, retratam os vultos representativos da História de Portugal.
Símbolo da Nação que se projetava para além dos mares, os Lusíadas são, ao mesmo tempo, o poema da expansão da raça portuguesa. Por isso, fazem parte do patrimônio espiritual da Humanidade, sem deixarem de ser o espelho vivo das qualidades do povo português.
Além dos Lusíadas, Luis de Camões escreveu outras obras, entre as quais “Auto de Filodemo”, “Auto d’El-Rei Seleuco” e ” Auto dos Anfitriões”.
Fernando J
A mãe casa novamente e Camões é educado por seu tio D. Bento de Camões.
Alguns historiadores põem em dúvida a sua passagem pela Universidade de Coimbra, onde o tio era administrador, mas são todos unânimes em afirmar que só um homem de grande saber e cultura e com um estudo aprofundado dos fatos, poderia escrever uma obra tão monumental como os Lusíadas, o poema glorificador dos feitos portugueses.
Como todos os poetas da época, Camões é um boêmio e entra nas mais diversas rixas pelas ruas da cidade, sempre por causa de mulheres.
Frequenta o “Malcozinhado”, bordel de má fama das noites lisboetas e vive uma vida de devassidão.
Foi preso por diversas vezes e solto por intervenção dos seus amigos, que lhe pagavam as multas.
Apaixona-se por Dona Catarina de Ataíde, dama da rainha e enamora-se da Infanta D. Maria, irmã do Rei D.João III.
Vive de escrever rimas amorosas, que lhe são encomendadas pelos seus amigos.
Arruaceiro e com mau feitio, dão-lhe a alcunha de “Trinca-Fortes” e é exilado para o Ribatejo, província portuguesa.
Alista-se nas milícias e é enviado para Ceuta, no norte de África, para combater os mouros, onde perde o olho direito num combate.
Parte para o oriente e naufraga nos mares da China, salvando-se, sem abandonar o manuscrito dos Lusíadas. No entanto perde no naufrágio a sua amada chinesa Dinamenes, que ele considera “aquela cativa que me tem cativo”
Em Macau descobre uma pequena gruta que lhe serve de refúgio e onde escreveu grande parte dos Lusíadas.
Já em Goa pede dinheiro a toda a gente, não paga e vai parar à cadeia. Faz-se amigo de diversas figuras importantes.
Depois de diversas vicissitudes, passando fome, Camões dá continuidade aos seus Lusíadas e volta para Lisboa, onde vai viver com a sua mãe, no bairro da Mouraria.
Nessa altura, Camões tem só um objetivo: publicar os Lusíadas, o que vem a acontecer em 1572.
Era rei de Portugal D. Sebastião, rei-menino, pois foi coroado com 3 anos que, com o ardor da sua juventude, logo que atingiu a maioridade, decidiu combater os infiéis onde quer que fosse, mesmo com a oposição dos seus conselheiros.
Escolheu, para isso, Alcácer-Quibir, no norte de África, onde o exército português foi desbaratado pelos mouros, tendo ele desaparecido em combate.
Camões, antevendo o desenrolar dos acontecimentos e já doente, atacado pela peste, vendo a independência nacional ameaçada, pois D. Sebastião não tinha herdeiros, pronunciou a seguinte frase: “Enfim, acabarei a vida e verão todos que fui tão afeiçoado à minha Pátria, que não só me contentei em morrer nela, mas com ela”
De fato, Camões tinha razão. Sem herdeiros para sucederem a D. Sebastião, Portugal foi anexado à Espanha, por Filipe II, que se julgou com direito ao trono de Portugal.
Nos Lusíadas, Camões faz referência ao Gigante Adamastor, figura mitológica criada por ele, para significar todos os perigos, naufrágios e perdições de caravelas, que impunham medo aos navegadores que se atrevessem a passar para além do Cabo Bojador, na costa ocidental africana. Inventou também uma amada para o gigante, chamada Tétis, cuja perda o transformou no monstro que era.
Inspirou-se nas Tágides do Tejo, ninfas que o ajudaram a compor a sua obra prima.
Os Lusíadas são o canto triunfal da raça portuguesa. No seu esforço magnífico de espalhar a Fé e o Império pelas paragens mais afastadas da Terra. Tomando como figura central a pessoa de Vasco da Gama, descrevem em estrofes cristalinas o ciclo maravilhoso dos Descobrimentos, celebram a grandeza de feitos heróicos, lembram as tradições populares, retratam os vultos representativos da História de Portugal.
Símbolo da Nação que se projetava para além dos mares, os Lusíadas são, ao mesmo tempo, o poema da expansão da raça portuguesa. Por isso, fazem parte do patrimônio espiritual da Humanidade, sem deixarem de ser o espelho vivo das qualidades do povo português.
Além dos Lusíadas, Luis de Camões escreveu outras obras, entre as quais “Auto de Filodemo”, “Auto d’El-Rei Seleuco” e ” Auto dos Anfitriões”.
Fernando J
Subscrever:
Mensagens (Atom)